Gente Fit

Tornando-se O Modelo Que Gostava De Ter Tido

Darcy, uma personal trainer de Liverpool, fala connosco sobre o seu trajeto desde garota insegura e impressionável até mulher forte e influente.

“Eu comecei a interessar-me por fitness quando terminei o secundário e arranjei emprego em alguns bares e pubs. Estava sempre a sair para beber, muito pouco saudável, e senti-me muito mal comigo mesmo, então contratei um personal trainer.

Então, envolvi-me em toda a vida universitária e fiquei bastante obcecada com o ginásio. Havia alturas em que ia 3 a 4 vezes por dia, com uma quantidade mínima de comida, a pensar que essa era realmente a única maneira possível.

Acho que foi porque há muita informação enganadora na internet, para uma rapariga ingénua que só quer ter a mesma aparência de todas essas outras garotas. Então, com isso surgiram muitos problemas relacionados com a comida. Eu ia de não comer por muito tempo a empanturrar-me completamente com comida. Sentia que não tinha controlo sobre isso.

Não nos afeta só a nós, mas as pessoas ao redor quando estamos irritados e cansados e com fome. Eu fiquei horrível. Agora, ao olhar para trás, sei que estava esfomeada, que estava exausta e que não era eu mesma.

Acho que agora as pessoas ficam tão contentes com a maneira como estás, porque te viram no teu pior e agora veem-te no teu melhor.

Toda a gente sempre me disse que eu podia pensar em ser personal trainer, mas eu nunca me vi realmente a fazer isso. Pensei: “Eu não, como poderia?”, mas depois pensei: “Sabes uma coisa? Sim, vamos experimentar.”

A principal razão pela qual optei por isso foi querer tentar ser uma influência positiva, que eu sinto que as meninas estão a precisar neste momento. Eu queria ser uma figura para a qual as pessoas pudessem olhar e obter o tipo certo de informação.

As coisas em que eu costumava acreditar – agora ao olhar para trás limito-me a rir e creio que desperdicei imenso tempo. Quando eu estava presa nesse mundo, era apenas eu lá, e estava tão sozinha. Sentia-me como se mais ninguém entendesse; portanto agora, se vejo algum mínimo sinal disso nas minhas clientes, bloqueio-o imediatamente.

personal trainer de Liverpool

Com as minhas clientes, agora, tudo o que quero para elas é que vivam. Se elas chegarem e me disserem: “Portei-me muito mal no fim de semana com a comida, e não treinei”, eu digo “Bem, mas divertiste-te?” e elas dizem “Sim”, então eu digo: “Bem, aí tens”.

Estou a tentar ser uma boa influência e é difícil porque essas coisas não desaparecem, ainda estão sempre presentes. Eu era muito ingénua e estou muito mais forte agora, mas é uma batalha constante e não quero que ninguém passe por isso.

Um dia, eu estava muito em baixo e lembro-me de ir falar com a minha mãe e dizer-lhe: “Acho que preciso de ir ao médico por causa disto” e fui, e a primeira reação deles foi dar-me alguns comprimidos – só isso. Disseram-me para levá-los e disseram: “Daqui a alguns meses estará ótima, deixará de pensar nisso”.

Lembro-me de ir ver a minha mãe – ela é uma mulher tão forte, ela é incrível – e ela disse-me: “Queres que seja essa a tua vida? Vais ter que fazer algo a esse respeito.” Ela enviava-me mensagens diárias a apoiar-me.

Depois de tudo isso, fui atacada por um homem. Isso abalou-me muito e pensei que podia encarar isso de uma de duas maneiras. ‘Posso usar isto para me tornar mais forte, ou posso fazer o papel de vítima, e isso é deixá-lo vencer.’ Além disso, ele provavelmente vai continuar a vida dele e fazer o mesmo a outras garotas. Era isso que mais me preocupava, porque eu sou jovem e estou em boa forma e consegui fugir dele, mas se fosse outra pessoa talvez não tivesse tanta sorte.

Foi logo depois do Natal e eu estava a voltar ao trabalho. Estava a sentir-me um pouco desmotivada, mas aquilo fez-me pensar que, se me sentisse tão infeliz quanto me sentira, nunca teria me perdoado.

Todos os dias que passamos infelizes são dias desperdiçados. Eu construí a minha própria marca à volta disso agora. Algumas das minhas clientes são agora minhas amigas chegadas – é bom vê-las numa viagem de amor próprio.

Às vezes, vou para o trabalho e penso: “Uau, elas vêm por minha causa!”, por isso estou muito orgulhosa do que construí e nunca vou parar de divulgar isso, essa será sempre a minha mensagem.

Também perdi 32 quilos ao todo ao longo dos anos. Já ouvi comentários como “para ti é fácil, és naturalmente assim”, mas não, eu trabalho no duro todos os dias. Se como lixo, sinto-me lixo.

Não vou mentir, é claro que é em parte por razões estéticas, como toda a gente – todos nós gostamos que nos digam que estamos com boa aparência.

As pessoas vêm até mim depois de ver as fotos da minha transformação e dizem “Eu quero o mesmo” e eu preciso de dizer-lhes que me levou cinco anos, que isso não acontecerá em dois meses. Primeiro, identifica a razão por que estás a fazê-lo e se essa razão é porque queres ser tão magra quanto as garotas das revistas, estás a fazê-lo pelo motivo errado.

Encontra o teu “porquê” e depois pesquisa. Não comeces a tomar a primeira coisa que leste, porque há muita coisa por aí que é prejudicial à saúde.

Além disso, ouve-te a ti mesma. Não temos todas um só corpo e o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. Sobretudo, certifica-te que o estás a fazer por ti mesma e mais ninguém. “



Helena Kostina

Helena Kostina

Escritor

Helena é a nossa especialista em SEO e criadora de conteúdos. Ela promove as páginas do website Myprotein nos motores de busca e está envolvida na otimização interna e externa do site. Também coordena o trabalho dos blogs em russo e português.

Ela leva um estilo de vida saudável, está ativamente envolvida em desporto, adora aprender línguas estrangeiras e gosta muito de viajar.

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