Qualquer pessoa dedicada ao seu desporto ou ao fitness sabe que atingir os nossos objetivos pode ser um desafio que tem tanto de psicológico como de físico – ou mais ainda.
Estamos a celebrar aqueles que lidam com adversidades todos os dias para se manterem sempre ‘fit’. Porque a dedicação a longo prazo para enfrentar desafios físicos todos os dias requer uma dose formidável de força e determinação.
Para te inspirar a continuar, falamos com uma pessoa que representa este tipo de força – quer interior quer exterior. Esta é a história da atleta de crosstraining Emelye Dwyer.
Emelye começou a sua viagem no fitness como atriz e dançarina. Contudo, afastou-se resolutamente de tudo isso quando se apercebeu que a carreira como atriz não era para ela.
“Entra-se numa sala com algumas pessoas sentadas atrás de uma mesa e alguém ao piano. Três deles pensam que és fantástica e os outros pensam que és terrível, e eu não conseguia lidar bem com isso.”
Numa altura da sua vida em que se sentia um pouco perdida, Emelye encontrou o crosstraining, que lhe deu a clareza de que precisava.
“O que eu gosto no crosstraining é que é completamente objetivo. Ou somos os mais rápidos, os mais atléticos, os mais fortes, ou não somos. Portanto, eu adoro essa clareza no progresso do meu treino. É possível medi-lo, de modo que vejo todos os dias, semanas ou meses o progresso que estou a fazer.”
“Recordo-me de pensar que aquilo era a coisa mais fixe que eu já tinha feito em toda a minha vida.”
Desde a primeira aula que Emelye soube ter encontrado a sua paixão, e desde então competiu nos Jogos da Reebok e treinou outros aspirantes.
“Aquilo era a melhor coisa que eu já tinha feito. Havia halteres a voar por todo o lado, as pessoas atiravam cordas, burpees – era um ambiente espetacular, e a partir desse momento fiquei completamente viciada.”
Ser parte de uma comunidade de fitness pode ter um impacto imensamente positivo na nossa motivação e experiência do desporto. Emelye descobriu justamente isso.
“Senti-me imediatamente incluída neste clube secreto de pessoas que sofrem em conjunto e celebram esse facto, e depois voltam as suas rotinas diárias.”
O seu amor recente Emelye pelo crosstraining depressa a levou a querer entrar em competições, portanto apenas 4 meses depois do primeiro treino inscreveu-se numa competição interna, onde acabou em segundo lugar.
“Foi aí que pensei que, com algum esforço, podia ficar no topo, e arranjei um treinador pessoal para me ajudar.
Apercebeu-se que o seu sucesso estava diretamente correlacionado com o quanto se esforçava – algo que lhe deu a motivação para treinar ainda mais intensamente.
“Dei por mim mesma a dar tudo de mim nas aulas e a querer ficar sempre no topo das classificações.”
Poder medir o seu progresso teve um grande impacto na sua motivação para treinar.
“Eu sabia que, independentemente de tudo, se eu desse genuinamente o meu melhor isso seria suficiente. Temos a recompensa consoante o nosso trabalho.”
Emelye, no entanto, não atribui a sua atitude positiva e proativa apenas ao acaso, porque no último ano tem trabalhado com uma guia mental, Emma Hackett da Limitless Coaching.
“Mudou completamente a minha perspetiva sobre como abordo o meu desempenho atlético, como o avalio, e como entro numa competição.”
“Tenho autismo, e estas são as coisas de que preciso para me ajudarem a lidar com isso, e estes são os meus superpoderes.”
Com esta orientação, veio a conseguir ver o seu autismo não como algo que a impedisse de progredir, mas como uma vantagem única.
“Ela ajudou-me a desenvolver aptidões em concordância com tendências autísticas, para me beneficiar. Como não fazer disso uma etiqueta e pensar “Ah, não posso fazer isso, sou autista, tenham pena de mim.” Em vez disso pensar “Tenho autismo, e estas são as coisas de que preciso para me ajudarem a lidar com isso, e estes são os meus superpoderes.”
“Há um excelente artigo na Forbes que fala sobre atletas com hiperatividade e défice de atenção e que na realidade lhes dá uma vantagem competitiva, porque conseguem abstrair-se de tudo o resto e focarem-se completamente na tarefa em mãos, o que é muito bom.”
Há também coisas práticas que Emelye faz todos os dias para se manter no rumo.
“No fim de cada treino tenho que escrever o que correu mal, o que podia ter corrido melhor e o que posso fazer de maneira diferente da próxima vez. Escrevo isso no quadro, tiro uma foto e dou o assunto por terminado.”
Tal como no que diz respeito ao que alimenta a sua mente, Emelye tem opiniões fortes quanto ao que alimenta o seu corpo e é vegana há anos.
“Ter uma dieta baseada em vegetais limpou muito a minha pele, e também me sinto com imensa energia. Permite-me encher a dieta com imensos vegetais de todas as cores, e nozes, e sementes, e todas as coisas boas que crescem na terra.”
“Se consumimos lixo, vamos estar a regenerar o corpo com lixo, mas se ingerimos as coisas certas – comida saudável e deliciosa que cresceu com o sol e a água, é isso que fornecemos ao nosso organismo para este prosperar. Somos o que comemos, somos aquilo com que nos suplementamos, e somos aquilo que fazemos repetidamente.”
“Nunca temos um mau treino – ou temos um treino absolutamente espetacular, ou temos um treino em que desenvolvemos caráter.”
Emelye apoia-se na sua rotina para tirar o maior proveito possível de cada treino, assim como para se manter focada nos seus objetivos. Tem também regras estritas e que funcionam bem para estabelecer metas.
“Se temos um objetivo em termos de fitness, precisamos de nos certificar que é um objetivo inteligente – tem que ser mensurável porque se não sabemos onde estamos quando temos uma meta, é muito difícil mantê-la em mente. Pensamos “Estou a chegar lá? Estou a fazer algum progresso?” Portanto, devemos estabelecer metas a curto prazo e não nos esquecermos de dar recompensas a nós próprios.”
Também sabe que não deve ficar ansiosa com coisas que fogem ao seu controlo que podem afetar o desempenho.
”Estabelecer metas contra coisas que não podemos controlar pode ser muito desencorajador. Por exemplo, se a minha meta for entrar numa competição e ganhar a todos, há coisas que não dependem de mim, porque pode haver alguém a entrar nessa competição que é absolutamente excecional”.
“Mas se eu entrar com a meta de conseguir o meu melhor desempenho e de tirar proveito de todo o trabalho árduo que desenvolvi nos treinos, então posso atingir essa meta – e tudo o mais vem, na verdade, por acréscimo”.
Emelye Dwyer é Forever Fit
Está aqui uma pessoa que conhece que o verdadeiro poder por trás do nosso desempenho vem de dentro e que o trabalho árduo acaba sempre por nos recompensar de todo o tipo de formas. A sua abordagem psicológica mostrou-lhe que há muito mais no fitness e no desporto competitivo que vencer – há também muitas lições importantes a aprender.
“Ser sempre ‘fit’ significa ser capaz de pegar nas minhas sobrinhas e sobrinhos a qualquer hora do dia. É ser capaz de ter a energia para fazer corridas com eles até ao cimo de uma colina sempre que eles quiserem. Significa que posso evitar as filas dos elevadores gigantes do metro e correr pelas escadas ao cimo, e sair depois pela porta sem me faltar demasiado o fôlego. Ser Forever Fit, para mim, significa ser saudável por dentro e por fora – não nos focarmos no que é superficial, mas em todas as células no nosso corpo.”
Descobre mais sobre a nossa meta de te manter Forever Fit.
Traduzido por Hermano Moura